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Foto do escritorMarta Jardi

Usina Angra 2 - Angra dos Reis-RJ

Outro passeio diferente e muito incrível é a visita à usina de Angra que permite visitações semanais previamente agendadas, e que fomos conhecer. Um passeio fantástico!


Essa visita é uma excelente oportunidade para conhecer de perto a tecnologia nuclear, esclarecer dúvidas sobre o tema e entender melhor como a energia nuclear contribui para a geração de eletricidade no Brasil. Para quem tem interesse em ciência, tecnologia e energia, essa visita pode ser uma experiência enriquecedora e diferente durante a estadia em Angra dos Reis.


Angra dos Reis é considerada a capital da energia nuclear do país e foi escolhida para abrigar a Central Nuclear por diferentes motivos. Um deles é a proximidade com o Rio de Janeiro e São Paulo, que facilita a transmissão da energia elétrica produzida para os grandes centros que precisam dela. Outro fator que pesou na decisão é a proximidade com o mar, cuja água auxilia no sistema de resfriamento das usinas

Isso ocorre porque, no sistema de funcionamento das usinas, é necessário que se colete água de alguma fonte para resfriar as torres onde ocorrem as reações de fissão nuclear, ou seja, da quebra do átomo.


Administrada pela Eletronuclear, que é formada pelas usinas nucleares Angra 1 que entrou em operação comercial em 1985 e gera energia suficiente para suprir uma cidade de 1 milhão de habitantes, Angra 2, começou a operar em 2001 e permitiu economizar água dos reservatórios das hidrelétricas brasileiras, amenizando as consequências do racionamento de energia, especialmente na região Sudeste, maior centro de consumo do país. Ela é capaz de atender ao consumo de uma cidade de 2 milhões de habitantes e 3 (ainda em construção), através do programa nuclear brasileiro da década de 1950, com a criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), liderado na época pelo Almirante Álvaro Alberto da Mota e Silva.


Portanto, Angra 1 e Angra 2 distribui energia para 3 milhões de habitantes.

A Eletronuclear, em novembro de 2022, deu o reinício do processo de concretagem de Angra 3 (que tem 62% das obras executadas). O evento marca a retomada das obras civis da usina, prevista para ficar pronta em 2028. Com Angra 3, a energia nuclear passará a gerar o equivalente a 60% do consumo do estado do Rio de Janeiro.


Em dia agendado fomos recebidos com muito carinho pela equipe do observatório, fomos equipados com calçados, capacetes e protetores auriculares.


E quem nos acompanhou foi o chefe do departamento de Relações Públicas, José Chahim, que nos levou até à Usina que está a 100 metros dali do Observatório Nuclear.


Chahim explicou como a usina funciona e como a energia é gerada a partir do processo de fissão nuclear, os diferentes tipos de reatores nucleares e como eles funcionam para gerar eletricidade. Foi incrível ver de perto toda aquela tecnologia em funcionamento, fornecendo energia limpa e sustentável.


Depois, fomos levados a uma sala de controle onde eles monitoram constantemente os reatores, em tempo real, verificando os níveis de radiação e garantindo que tudo esteja funcionando perfeitamente. Foi realmente impressionante ver como eles trabalham com tanta precisão e cuidado.



Você Conhece a Energia Nuclear?




A energia nuclear é a energia liberada pelo núcleo de átomos que sofrem a ação de desintegração de suas partículas. O Urânio é comercialmente um dos principais elementos de onde podemos obter esta energia. O potencial energético do urânio ultrapassa as possibilidades do petróleo e de outros materiais físseis: aproximadamente meio quilo de urânio é capaz de fornecer tanta energia quanto 1.360 toneladas de carvão. O Brasil já possuí a 6ª maior reserva de Urânio do mundo e ainda não foi analisado todo o território nacional.


O Urânio é transformado em pastilhas na Fábrica de Combustível Nuclear - FCN em Resende e depois inseridas em um tubo de zircaloy para formar o elemento combustível. Duas pastilhas são suficientes para gerar energia por um mês para uma casa com 4 pessoas. O Brasil domina todo ciclo da energia nuclear e a FCN já realiza o enriquecimento da pastilha de Urânio para que ela possa ser utilizada em nossas Usinas de energia.



As maiores usinas nucleares do mundo

Usina Nuclear de Kashiwazaki-Kariwa, Japão: capacidade de 7.965 MW de produção.

Usina Nuclear de Bruce, Canadá: capacidade de 6.430 MW de produção.

Usina Nuclear Hanul, Coreia do Sul: capacidade de 5.908 MW de produção.

Usina Nuclear de Hanbit, Coreia do Sul: capacidade de 5.899 MW de produção.

Usina Nuclear de Zaporizhzhia, Ucrânia: capacidade de 5.700 MW de produção.

Uma curiosidade: o complexo de usinas de Angra dos Reis (Angra 1 e Angra 2) consegue produzir 1.890 MW de energia elétrica.



Apesar do grande potencial hidrelétrico do Brasil, que abriga a segunda maior usina hidrelétrica do mundo, a de Itaipu (localizada na divisa entre o Brasil e o Paraguai), o Brasil tem apenas duas usinas nucleares, Angra 1 e Angra 2, de propriedade da Eletronuclear, subsidiária das Centrais Elétricas Brasileiras - Eletrobrás, que são responsáveis pela produção de 3% da energia consumida no país - para comparação, a usina hidrelétrica de Itaipu gera 15%.





Com potência de 1.350 megawatts, Angra 2 é capaz de atender ao consumo de uma cidade de 2 milhões de habitantes, como Belo Horizonte. A usina conta com um reator de água pressurizada (PWR) de tecnologia alemã da Siemwns/KWU (hoje Areva NP), fruto de acordo nuclear entre Brasil e Alemanha, assinado em 1975.















E qual diferença das usinas brasileiras tem com a Chernobyl?

As usinas brasileiras são de um tipo diferente de Chernobyl. O reator usado em Angra 1 e Angra 2 é chamado PWR, onde o processo de fissão é controlado com água pressurizada. É o tipo de reator mais utilizado no mundo.

Já o reator de Chernobyl usava grafite para controlar o processo. Depois de uma explosão de vapor, o grafite incendiou, enviando radioatividade para atmosfera. O fogo demorou oito dias para ser controlado.



São tecnologias completamente diferentes. O acidente que ocorreu em Chernobyl é impossível de ocorrer em um reator PWR, porque água não pega fogo.

O que pode ocorrer (no reator PWR) é uma explosão de vapor, que espalhe material radioativo no ambiente.

Mas há uma série de procedimentos de segurança para evitar que uma explosão como essa ocorra. 

Caso algo ocorra, o sistema conta com barreiras de contenção sucessivas, para que o material radioativo não se espalhe para o ambiente externo. Em usinas como as de Angra, a quantidade dessas barreiras de contenção é superior à que existia em Chernobyl.



A visita também nos mostrou como a energia nuclear é uma fonte limpa e sustentável. Ao contrário do que muitos pensam, as usinas nucleares não emitem gases de efeito estufa durante a produção de energia, contribuindo para a preservação do meio ambiente.


Ao contrário das renováveis, não dependem de condições climáticas. Ou seja, sem vento, sem sol ou com queda dos níveis dos rios, a produção de energia eólica, solar e hidrelétrica pode diminuir. Já a nuclear é capaz de funcionar continuamente, eis uma grande vantagem por ter operação incessante.







No geral, nossa visita à Usina de Angra foi uma experiência educativa, única e enriquecedora. Ficamos impressionados com o trabalho dos cientistas e especialistas envolvidos na energia nuclear e como eles se esforçam para garantir a segurança e sustentabilidade.


E, é claro, não poderíamos deixar de mencionar a vista deslumbrante que tivemos do observatório! Está localizado em uma área linda, cercada por natureza exuberante e com uma vista incrível para o mar. Foi realmente um cenário perfeito para aprender sobre energia nuclear.



Vale ressaltar que a visita à Usina Nuclear de Angra requer agendamento prévio e está sujeita a algumas regras e restrições de segurança para garantir a integridade dos visitantes e a operação segura da usina.


Essa visita é oferecida para instituições profissionais e de ensino, com grupos de 15 a 45 pessoas.


Para verificar a disponibilidade de datas e realizar o agendamento prévio, ligue para:

(24) 3362-9063 / 9770 ou envie uma mensagem para e-mail: centinf@eletronuclear.gov.br

Confira tudo sobre a Energia Nuclear e notícias sobre as Usinas de Angra:


Se você tiver a oportunidade, definitivamente recomendamos uma visita!

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